Post Trauma Análises PC PlayStation Slide Xbox

Post Trauma | Review

Post Trauma é um game de horror e sobrevivência inspirado nos grandes clássicos que deram vida ao gênero, combinando ângulos de câmera fixos e visuais impressionantes com o poder da Unreal Engine 5. Desenvolvido pela Red Soul Games, um pequeno estúdio situado na Espanha, e publicado no dia 22 de abril pela Raw Fury — empresa sueca fundada em 2015 e especializada na publicação de jogos independentes —, o título chegou ao PC e aos consoles da atual geração.

Assuma o controle de Roman, um atormentado maquinista de trem que desperta em uma dimensão surreal após sofrer um terrível ataque de pânico. Rodeado por uma arquitetura assustadora e monstros aterrorizantes, você precisará optar entre se defender com armas ou encontrar rotas mais seguras. Resolva mistérios envolvendo locais aparentemente desconexos e explore diferentes ambientes em busca de pistas. Será necessária bastante perspicácia — e talvez seja bom preparar o bloquinho de notas — para avançar na jornada.

Post Trauma conta com um elenco completo de dubladores, além de um cativante som ambiente e a hipnotizante trilha sonora de Nicolas Gasparini. O game presta homenagem a séries aclamadas, trazendo uma combinação inovadora de estilos de jogo. Ficou curioso para saber como ficou essa experiência de survival horror no PlayStation 5? Então bora passar um café fresquinho e conferir comigo em mais uma análise do Pizza Fria!

Trailer de lançamento do Post Trauma.

Post Trauma: um mundo melancólico e misterioso

Nossa jornada em Post Trauma começa quando Roman, um maquinista de meia-idade, acorda no chão de um trem, totalmente confuso e sem saber o que está acontecendo ou como foi parar naquele lugar. A partir daí, cabe a nós, jogadores, desvendar quebra-cabeças em uma espécie de escape room, onde é necessário prestar atenção a cada detalhe dos vagões para decifrar um código de cinco dígitos e liberar o cadeado que tranca a sala de comandos.

Esse início, que também funciona como um breve tutorial, estabelece o clima sombrio de Post Trauma, aguçando a curiosidade do jogador com a ambientação antes mesmo de qualquer revelação narrativa. Assim como nos jogos do estilo Souls, o título utiliza câmeras em ângulos fixos de forma intensa, deixando claro que a desenvolvedora não estava para brincadeiras, ao apresentar puzzles competentes e realmente desafiadores.

Post Trauma
E assim, sem muitas explicações, o jogo começa, com Roman acordando dentro de um vagão de trem. (Imagem: Reprodução/Filipe Villela)

Dito isso, saibam que a trama de Post Trauma vai mexer com a sua mente. A Red Soul Games soube trabalhar a curiosidade do jogador com habilidade, instigando dúvidas e provocando desconforto e perturbação nos mais atentos. As respostas são entregues em pequenas doses, obrigando os jogadores ávidos por desafios a sempre resolverem mais um quebra-cabeça para prosseguir.

Horror com personalidade própria

Post Trauma é um título que se propõe a seguir os passos de grandes clássicos do survival horror, mas vai além, apresentando personalidade própria. Desde o início, é perceptível que o foco do jogo está no horror e no desenvolvimento de quebra-cabeças, indo muito além dos combates — que, diga-se de passagem, são extremamente fáceis, truncados e com inimigos tão pouco desafiadores que mal conseguem acertar o jogador.

Para começo de conversa, não levamos mapas conosco. Em vez disso, você acaba se perdendo em algumas salas dos corredores escuros, encontrando apenas placas informativas indicando onde está e os possíveis destinos. Essa ausência de orientação pode incomodar novos jogadores, principalmente aqueles acostumados às facilidades dos games modernos.

Entretanto, para quem viveu a época em que a internet mal existia e a solução para os enigmas dependia apenas da própria dedicação — ou de esperar semanas até conseguir comprar o detonado na banca da cidade —, essa característica de Post Trauma certamente não será um problema.

Post Trauma
Você encontrará mapas espalhados pelas paredes dos cenários, mas não poderá carregá-los consigo. Portanto, é fundamental prestar atenção para se localizar e não ficar perdido. (Imagem: Reprodução/Filipe Villela)

Aprofundando um pouco mais no sistema de combate, em Post Trauma, Roman utiliza tanto armas brancas quanto armas de fogo. No entanto, como mencionado, o combate é simples e raso: os inimigos são lentos, pouco inteligentes e é possível fugir deles sem grande dificuldade. O protagonista ainda conta com a habilidade de esquiva, o que torna os confrontos ainda mais fáceis.

Jogue em diferentes perspectivas

A desenvolvedora decidiu mesclar, de forma habilidosa, diferentes tipos de perspectivas. Em Post Trauma, iniciamos a jornada controlando Roman em câmera fixa, com visão em terceira pessoa, assistindo à história e resolvendo enigmas sob sua ótica. No entanto, já no segundo capítulo, passamos a controlar Carlos, um policial que desperta na sala de interrogatório da delegacia, e, com ele, a perspectiva do jogo muda para a primeira pessoa, oferecendo um ângulo mais amplo e livre para explorar o ambiente.

Além dos dois, também controlamos Freya. Sua perspectiva volta a ser em terceira pessoa, como a de Roman, mas com mecânicas próprias. Freya utiliza um celular para se comunicar, é mais ágil e consegue acessar áreas inacessíveis para o maquinista. Durante sua gameplay, assim como na de Carlos, não há combates: o jogador deve fugir, se esquivar e se esconder. Essa alternância de mecânicas foi uma grande sacada da Red Soul Games, tornando Post Trauma mais dinâmico e menos repetitivo.

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Freya é mais rápida e menor que Roman, podendo se esgueirar por frestas que o maquinista não consegue atravessar, liberando novos caminhos. (Imagem: Reprodução/Filipe Villela)

Enigmas de Post Trauma: desafios inteligentes que recompensam a atenção

Se o sistema de combate de Post Trauma é simples e pouco desafiador, os enigmas brilham desde o início e preenchem essa lacuna com maestria. Os quebra-cabeças do game são muito bem elaborados, exigindo raciocínio e atenção aos detalhes. Você provavelmente se sentirá como um verdadeiro Sherlock Holmes a cada vez que conseguir avançar de uma área para outra.

Para ilustrar, vou citar um exemplo: ao chegar à escola, no terceiro ato do jogo, percebi que algumas salas possuíam relógios coloridos. Resolvi anotar os horários exibidos e, posteriormente, encontrei um local com cinco post-its numerados de 0 a 4 nas paredes e um cadeado de três dígitos. Pensei: “E se eu usar os minutos marcados nos relógios para tentar formar a senha?” — e sim, era exatamente essa a solução!

Post Trauma
Você precisa prestar atenção em cada detalhe dos cenários para encontrar pistas e solucionar os enigmas. (Imagem: Reprodução/Filipe Villela)

Portanto, caros jogadores, deixo uma dica importante: preparem seus bloquinhos de anotação ou tirem fotos de tudo que parecer relevante. Em Post Trauma, qualquer objeto ou detalhe suspeito pode ser a chave para resolver o próximo quebra-cabeça.

Post Trauma: atmosfera sombria e som envolvente

O aspecto audiovisual de Post Trauma impressiona. As texturas carregam rapidamente, apesar de pequenas falhas perceptíveis em alguns momentos. Os cenários são escuros, mas utilizam tons avermelhados brilhantes, com diversas partículas e um efeito borrado que, combinado às câmeras estáticas — que mudam em momentos oportunos —, torna o jogo ainda mais sombrio e resgata o clima clássico do survival horror que muitos, assim como eu, sentiam falta.

Agora, pegue todos esses elementos e adicione efeitos sonoros incríveis. Recomendo fortemente jogar Post Trauma com fones de ouvido: os sons ambientes são extremamente bem trabalhados, desde o estalar das luzes e o gotejar da água em canos furados de uma antiga estação de trem até os choros desesperadores e os grunhidos dos inimigos. Cada detalhe foi cuidadosamente pensado para criar uma atmosfera caótica e imersiva.

Post Trauma
Esse tom escuro avermelhado dá um charme a mais em Post Trauma. (Imagem: Reprodução/Filipe Villela)

Por fim, a excelente dublagem em inglês, com legendas em português do Brasil, e a trilha sonora mórbida composta por Nicolas Gasparini, também conhecido como Myuu, funcionam como a cereja do bolo, conferindo ainda mais peso sombrio a cada cenário explorado no universo de Post Trauma.

Vale a pena jogar Post Trauma?

Se você está em busca de um jogo assustador, com inimigos implacáveis e cenas de gore e mutilação, Post Trauma pode não ser a melhor escolha. Porém, se procura por uma experiência desafiadora, com uma excelente história que não entrega pistas de bandeja nem pega o jogador pela mão para mostrar o caminho ou ensinar como resolver os problemas, vá em frente: Post Trauma proporcionará aquela sensação de adrenalina e bem-estar típica de quando vencemos um grande chefe nos jogos da série Souls.

O game apresenta uma ambientação extremamente bem trabalhada, com efeitos sonoros e trilha sonora impecáveis. Os cenários são sujos, mas contam com belos efeitos de iluminação, fugindo da escuridão total comum em muitos títulos do gênero de horror. Em vez disso, utiliza tons negros avermelhados que contrastam bem com o ambiente, reforçando a atmosfera sombria. Tudo isso é complementado com o cuidado dos desenvolvedores em trazer legendas totalmente localizadas para o português do Brasil.

Além disso, Post Trauma oferece dois finais distintos para assistir, aumentando o fator replay do jogo. E para completar, mesmo recém-lançado, o título está sendo vendido por um preço mais que justo: apenas R$ 46,99 para PC, via Steam, R$ 54,95 para Xbox Series X|S e R$ 79,90 para PlayStation 5.

*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Raw Fury.

Post Trauma

BRL 79,90
8.1

História

9.0/10

Gameplay

7.0/10

Gráficos e Sons

8.5/10

Extras

8.0/10

Prós

  • Possui legendas em Português do Brasil.
  • Quebra-cabeças inteligentes e desafiadores.
  • Game contém diferentes perspectivas.
  • Um game extremamente bem ambientado.

Contras

  • Apesar dos inimigos serem criativos, a IA deles é burra e provavelmente nem os chefes serão desafiadores para você.
  • Pequenas falhas em algumas texturas.